Paralização de professores

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Paralisação -
Adesão à greve é parcial entre docentes e total entre funcionários da universidade, que reivindicam reajuste de 10%




Ainda sem uma definição sobre a adesão ou não à greve, que é total entre servidores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), os professores da instituição anunciam uma paralisação nas atividades na segunda-feira, quando a categoria se reúne em assembléia para decidir possível engajamento ao movimento, já realizada por alguns docentes nos câmpus de Marília e Assis.

Assim como os servidores da universidade, que estão em greve desde o mês passado, os professores poderão cruzar os braços caso a reivindicação, em meio a uma abrangente pauta de pendências, de reajuste de 6,05% referente a perdas decorrentes de inflação, não seja atendida pela Reitoria.

Os docentes também requerem reajuste de 10% em outras perdas salariais apontadas pela categoria, que ainda reivindicam o acréscimo de R$ 200,00 fixos nas rendas mensais.

Além de questões salariais, os professores ainda protestam, num coro liderado pelo Fórum das Seis (grupo colegiado que abrange sindicatos de professores e de funcionários das três maiores universidades públicasdo Estado de São Paulo), contra a permanência da Polícia Militar (PM) no câmpus paulistano da Universidade de São Paulo (USP), em decorrência de confronto entre estudantes e policiais. O confronto ocorreu na semana passada, durante manifestação, quando um aluno ficou ferido e dois funcionários foram detidos. A PM está na faculdade há quase 15 dias.

“Isso é um retrocesso. Temos condições de dialogar sem pressão ou ameaça”, opina o professor Gilberto Magalhães, do câmpus de Bauru da Unesp. Integrante da Comissão de Mobilização, grupo criado durante assembléia realizada ontem pelos docentes locais com a finalidade de divulgar e incentivar a adesão da categoria pela paralisação de segunda-feira, ele também cita como motivos de protesto a demissão ilegal, segundo a categoria, de um funcionário sindicalista da USP, ocorrida ano passado. “Um representante sindical não pode ser impedido de exercer sua atividade”, contesta.

Ontem à tarde, alunos do câmpus de Bauru realizaram assembléia que discutiu a atitude de servidores e docentes e respectivo apoio ou não à greve. “Claro que os alunos têm a sua própria pauta de reivindicações. Mas, em princípio, a luta de todos é em defesa da universidade pública”, opina o professor Magalhães, que diz acreditar em ações conjuntas entre as classes.

Sobre a possibilidade de uma greve a partir de segunda-feira, os representantes da categoria afirmam ser precoce qualquer afirmação antes da assembléia da semana que vem.

“O que é certo é que segunda-feira, inclusive em Bauru, as aulas estarão paralisadas”, sintetiza o professor Milton Vieira do Prado Júnior, vice-presidente regional da Associação Nacional dos Docentes de Ensino Superior (Andes). Ele também cita, entre as reivindicações da categoria, a contratação de mais professores, além do protesto contra a expansão de programas de ensino a distância nas universidades públicas estaduais.

Luiz Beltramin


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