Estudantes da USP decidem entrar em greve a partir desta sexta

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Simone Harnik
Em São Paulo

Os estudantes da USP (Universidade de São Paulo) vão entrar em greve a partir desta sexta-feira (5). A paralisação das atividades foi decidida durante assembleia realizada na noite desta quinta-feira (4), em frente à reitoria da instituição.
Os universitários se somam aos professores da USP - que também votaram pela greve a partir dessa sexta - e aos funcionários, cuja paralisação teve início no dia 5 de maio.
Segundo Vinícius Zaparoli, integrante do DCE (Diretório Central dos Estudantes), a assembleia contou com mais de mil alunos e a aprovação da greve foi obtida por ampla maioria."Temos alguns eixos prioritários de reivindicações: o fim do ensino a distância; o fim da repressão ao movimento estudantil na universidade; e o fim do corte de verbas para a educação", afirmou.
Segundo o representante estudantil, dois novos eixos foram acrescentados à pauta dos universitários: "A saída da PM do campus e a saída da reitora Suely Villela", disse.

Greve dos professores

De acordo com comunicado da Adusp (Associação dos Docentes da USP), os professores "entendem que os assuntos internos à universidade devem ser tratados através do diálogo com a comunidade universitária. A reiterada presença da Polícia Militar fortemente armada, intimidando os manifestantes no campus, é motivo da indignação dos docentes".
A greve dos docentes foi motivada pela presença da PM no campus e pretende pressionar o Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas) para a reabertura de negociações.
Os professores pedem uma política de permanência estudantil na universidade, criticam qualquer tipo de perseguição política na instituição e são contra mudanças na carreira docente. A próxima assembleia da Adusp é prevista para o dia 9 de junho.

Pauta unificada

A Adusp, o Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP ), mais os sindicatos de professores e funcionários da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) formam o Fórum das Seis.
Essa entidade tem uma pauta de reivindicações unificada, cujos pontos principais são o reajuste salarial de 17%, a incorporação de R$ 200 a todos os salários e a readmissão de Claudionor Brandão, ex-servidor, demitido por justa causa - cujo desligamento da USP é analisado pelo Fórum como político.
O Fórum das Seis também critica a instituição do ensino a distância no Estado. A Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo), que institui a educação superior a distância, tem vestibular previsto para o meio do ano e foi criada na gestão José Serra (PSDB) do governo de São Paulo.


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