Executiva Nacional, centros acadêmicos e DCE livre da USP repudiam atitudes do professor Hidalgo

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Enecos repudia atitude de professor da Unesp

No final do ano passado dois estudantes de Jornalismo da Unesp Bauru – um deles membro do centro acadêmico – foram informados que o recém admitido professor João Eduardo Hidalgo teria solicitado a abertura de processo interno por conta de seus posicionamentos políticos. Após mais de 200 alunos terem realizado abaixo-assinado reclamando melhorias para o curso de Jornalismo, o professor ameaçou alunos do centro acadêmico (acionando a entidade no Tribunal de Justiça em Maio deste ano) em tentativa clara de coibir as reflexões e possíveis críticas que proporciona.

A alegação de Hidalgo no processo de apuração preliminar – processo interno – é que os estudantes o teriam difamado durante manifestações em forma de paródia e que as manifestações teriam sido promovidas pelo Cacoff (Centro Acadêmico de Comunicação Florestan Fernandes) no início de 2011 para atingi-lo.

Já a ação judicial se refere a uma postagem do blog do Cacoff, no qual, segundo o mesmo, sendo “um professor acadêmico referência tanto nacional, como internacional”, teve “sua honra objetiva e subjetiva ofendida, por meio de publicações difamatórias e injuriosas”.

As manifestações, que contaram com a participação de mais de 200 alunos, tiveram o objetivo de explicitar as debilidades do curso de Jornalismo, numa luta por maior qualidade de formação. No caso específico de Hidalgo, elas questionavam seu método de avaliação.

Diante desses fatos, cabem duas perguntas: qual o motivo da tentativa de processo interno para recair sobre somente dois estudantes quando, na verdade, estavam envolvidos centenas deles? Por que, diante de uma manifestação legítima que buscava a melhoria do ensino, o professor não optou pelo diálogo? Mais ainda, por que não procurou compreender as reivindicações do corpo discente para juntos melhorarem todos a qualidade da universidade, sem recorrer a um Tribunal externo à universidade?

Para nós, da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (Enecos), fica claro que os/as estudantes foram escolhidos como bodes expiatórios numa tentativa de intimidar quaisquer mobilizações estudantis futuras. Além disso, a não opção pelo diálogo traz consigo também uma concepção autoritária de submissão a uma hierarquia sob critérios nada coerentes. Indo ainda mais além, ao acionar o Tribunal de Justiça, o professor atenta à autonomia da universidade de resolver, sozinha, seus problemas e disputas e internos.

A violência desses atos vai contra a possibilidade do diálogo pedagógico no seio do lugar da pedagogia por excelência: a universidade. O professor Hidalgo, assim, passa a ser agente de um crescente autoritarismo que tem se formado na sociedade e nas instituições de ensino brasileiras, em geral, e nas universidades de São Paulo em particular. Por encerrar qualquer possibilidade de diálogo, suas atitudes se inserem no mesmo modelo do reitor da USP ou do diretor do campus Guarulhos da Unifesp, para citar dois exemplos recentes, que convocaram a Polícia Militar para reprimir estudantes que reivindicavam uma melhor universidade para todos.

Sem espaço para debate, o conhecimento se fecha em si mesmo, esvaziando qualquer possibilidade de fortalecimento de alguma democracia – dentro ou fora da universidade.

A atitude de Hidalgo é emblemática. É por isso que a Enecos é contra as decisões desse professor e repudia veementemente suas ações. Apoiamos os estudantes que estão sendo criminalizados e suas demandas. Para saber mais informações sobre o processo de apuração interno, os interessados podem acessar o Blog do Cacoff (http://cacoffunesp.blogspot.com.br/).

-          PELA QUALIDADE DE FORMAÇÃO DO COMUNICADOR!
-          CONTRA OS ATENTADOS À AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA!
-          CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DO MOVIMENTO ESTUDANTIL!
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15 de setembro de 2012

Também assinam essa moção:
Centro Acadêmico Benevides Paixão (PUC-SP)
Centro Acadêmico Lupe Cotrim (USP)
DCE-Livre da USP Alexandre Vanucchi Leme



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