Jornal Bom Dia: Está proibido colar cartazes

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Direção da Unesp de Bauru veta divulgações dentro do campus que façam alusão ao consumo de bebidas e irrita grupo de estudantes


Cristina Camargo
Agência BOM DIA

Um grupo de estudantes do curso de psicologia da Unesp-Bauru passou os últimos dias colando pequenos cartazes em paredes e portas do campus. É uma forma de avisar os demais alunos sobre a mais recente proibição aos universitários e também um ato de protesto em forma de desobediência.

A direção do campus proibiu a divulgação de cartazes, folders e faixas que façam alusão ao consumo de bebidas alcoólicas.

Também há a orientação para que os materiais de divulgação sejam fixados apenas nos murais oficiais espalhados pela universidade.

'A universidade possui inúmeros programas e ações voltados à qualidade de vida de sua comunidade', explica José Munhoz Fernandes, diretor técnico administrativo do campus. 'Nessas condições, entendeu-se que seria até mesmo incoerente prevenir de um lado e permitir o estímulo de outro'.

Os alunos não concordam. Segundo Diego Augusto dos Santos, 22 anos, do Dacel, diretório acadêmico da Faculdade de Ciências, o ato foi encarado como censura e limitação de espaço para divulgação de eventos ligados aos estudantes.

Ele também questiona a citação de programas de combate ao alcoolismo, que seriam desconhecidos pelos universitários. E aponta a existência de servidores com o problema que não receberiam apoio oficial.

Os estudantes já são proibidos de permanecer no campus depois da meia-noite, o que, de acordo com eles, atrapalha a realização de eventos culturais.

Ano passado, cerca de cem universitários de Bauru e outras cidades desobedeceram a determinação e permaneceram no campus durante toda a noite.

Eles estavam reunidos para um conselho de entidades estudantis e recusaram a proposta da direção de usar um grêmio policial, no Núcleo Geisel, como alojamento.

O local, dizem, era pequeno e distante da Unesp.

O estudante André Padoneze, 22, também do curso de psicologia, afirma ter encontrado na universidade um ambiente repressor que não imaginava.

'É bem frustrante', diz. 'Os projetos são mais de proibição do que de assistência', completa.

A direção tem visão diferente. Segundo José Munhoz Fernandez, a proibição de cartazes com alusão a bebidas é apoiada pela maioria dos alunos. 'Obteve o apoio da Associação Atlética dos Alunos da Unesp', informa.


Blog protesta contra a ‘burocracia acadêmica’
Os mini-cartazes colados pelos alunos divulgam o endereço do blog Pedra no Sapato [chapapedranosapato.blogspot.com], do diretório acadêmico da Faculdade de Ciências. Lá há um texto em que os universitários reclamam das proibições no campus e comparam a 'burocracia acadêmica' ao estilo de 'shoppings'.

Na prática, os cartazes continuam no mesmo lugar de sempre. Na porta do espaço destinado ao movimento estudantil há a divulgação de evento em que um dos atrativos é um copão de cerveja a R$ 2,00.

Os estudantes lembram que o álcool não está presente apenas nos cartazes. No campus existem bancos de praça patrocinados por uma cachaçaria e uma fabricante de cervejas.

'Os cartazes são a forma de divulgação que a gente tem', ressalta Diego Augusto dos Santos. 'É uma universidade pública e os estudantes não têm a liberdade democrática que dizem que nós temos'.

'Temos inúmeros locais apropriados (murais) espalhados pelo campus e, lamentavelmente, algumas pessoas ‘preferem’ colar os cartazes em paredes, portas, postes e outros locais inadequados', critica Munhoz.

A direção informa que entre os programas destinados a estimular a vida saudável da comunidade estão o 'Viver Bem', o 'Dia de Alerta', o 'Prevenir', o 'Movimento Saúde' e o 'Qualidade de Vida'.

'A universidade também possui uma seção técnica de saúde, que tem como objetivo principal o controle e a prevenção de problemas de saúde, incluindo o alcoolismo', afirma Munhoz.

Ele diz que não existem registros de problemas de consumo de álcool.

'Temos uma norma em que não se permite qualquer evento no interior do campus onde possa ocorrer a distribuição, venda e consumo de bebidas alcoólicas', lembra."

Fonte
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As entidades estudantis da UNESP Bauru se reuniram hoje para discutir a notícia, principalmente o trecho que afirma o apoio da proibição por parte da maioria dos alunos. Como é de conhecimento dos estudantes, não houve nenhum tipo de pesquisa ou censo para que a afirmação fosse feita. Na mesma reunião foi decidido que o jornal será contatado para ouvir a opinião do Movimento Estudantil e publicar a outra versão da história.


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